quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

A BÉLGICA E AS QUESTÕES SEPARATISTAS

Situado na Europa Ocidental, o Reino da Bélgica possui uma população de aproximadamente 10 milhões de habitantes, é um dos menores países do continente com cerca de 30 mil km² e divide-se em duas grandes regiões principais: Flandres e Valônia.
 
Mapa representativo das duas principais regiões belgas: Flandres e Valônia

A região de Flandres é responsável pela maior parte da riqueza do país, em parte pelo seu passado mercantil, que a tornou um dos principais centros de comércio da Europa. Flandres abriga também importantes cidades industriais e de serviços, como Antwerpen, Gent e Bruxelas quem também é a capital administrativa da União Européia.
 
Bandeira de Flandres
 
Já a Valônia, ao sul do país, já teve sua importância econômica no passado, graças às suas reservas de carvão mineral, principalmente nos arredores de Charleroi. Nessa região se localiza a floresta de Ardennes, uma área pouco populosa e conhecida principalmente pelas batalhas ali ocorridas entre tropas alemãs e aliadas durante a Segunda Guerra Mundial.
 
Bandeira da Valônia
 
A diminuição na utilização do carvão como matriz energética acarretou na diminuição do desenvolvimento da Valônia, gerando o fechamento de muitas minas e por consequência aumentando drasticamente os índices de desemprego na região.
 
Após a Segunda Guerra Mundial, o país mudou seu eixo econômico para o setor de serviços e ampliou seus acordos político-comerciais com os países vizinhos, como Holanda, Alemanha, Luxemburgo e França, intensificando o comércio e fazendo de Flandres uma região de destaque na economia nacional.
 
Todo esse cenário associado às diferenças culturais e linguísticas, uma vez que em Flandres o idioma falado é o flamengo enquanto na Valônia a população é francófona, acirraram as rivalidades entre essas duas regiões.
 
Além disso, durante a década de 70, houve um processo de federalização no país, levando à criação de várias instituições autônomas em ambas as regiões, enquanto os assuntos estratégicos do país continuavam por conta do governo central, baseado em Bruxelas.
 
A crise mais recente no país ocorreu em meados de 2007, quando representações políticas de Flandres se opuseram a representantes políticos da Valônia sobre uma possível separação entre as duas regiões.
 
Flandres defende uma cisão entre as duas partes do país, enquanto os valões são contra, uma vez que uma possível separação acarretaria no fim do repasse de 10 bilhões de euros anuais por Bruxelas, agravando ainda mais o declínio econômico e o desemprego na região.
 
Até hoje as discussões continuam e os políticos belgas ainda terão muito trabalho para decidirem qual a melhor forma de solucionar os problemas internos da nação, que passam não somente pelas questões econômicas, linguísticas e culturais, mas que também envolvem o futuro da sede da maior aliança econômica mundial.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

O BRASIL E A MATEMÁTICA SOCIAL

Não é de hoje que o Brasil utiliza a matemática para resolver seus problemas sociais. Na tentativa de ajustar os índices de desenvolvimento e ficar bem perante as instituições internacionais, vários presidentes recorreram à boa e velha "maquiagem" dos números, escondendo a verdadeira situação que enfrentamos no país.
 
Foi assim com a disseminação de escolas de educação de jovens e adultos (EJA) no início dos anos 2000 para tentar diminuir os alarmantes índices de analfabetismo no país, o que gerou uma grande "indústria de diplomas". O resultado foi o aumento na quantidade de analfabetos funcionais...diplomados!
 
Também seguindo a mesma linha, a oferta desenfreada de vagas e acessibilidade aos cursos superiores através de cotas, bolsas e financiamentos, levaram aos bancos acadêmicos pessoas despreparadas, muitas delas vítimas de uma educação básica e média insuficiente, o que anos depois viria a se refletir negativamente. Segundo algumas pesquisas, um terço dos universitários possui dificuldades de compreender textos e resolver cálculos complexos.
 
O programa Bolsa-Família, ampliado pela presidente Dilma Roussef nessa terça-feira (19), não é diferente. Para as famílias beneficiárias, os valores pagos pelo programa são sim importantes, e não é esse o foco da discussão. No entanto não passa de uma medida paliativa para manobrar não só a população mais pobre, quanto os números da pobreza no país.
 
Veja como é óbvio, caro leitor: O Banco Mundial define a pobreza extrema como viver com menos de 1 dólar por dia. Logo, se o programa Bolsa-Família paga 70 reais per capita por mês, o que equivale hoje a aproximadamente 36 dólares e que dividido por 30 dias dá uma média de 1,2 dólares, bingo! Está feita a mágica e a pobreza foi erradicada no país!
 
É assim que os governantes ano após ano lidam com as questões relevantes do país, como educação e pobreza. É uma espécie de "Matemática Social",  governamental, que é simples e eficaz perante as organizações internacionais como a ONU, por exemplo. Entretanto deixam muito a desejar quando se trata da solução definitiva desses problemas.
 
Somente quando as questões sociais forem tratadas como problemas graves que são e não apenas como estatísticas, conseguiremos fazer da educação e da distribuição de renda, apenas para citar esses dois exemplos, elementos que poderão impulsionar o desenvolvimento do país e transformar a nossa sociedade para melhor.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

BEM-VINDO AO BLOG "OBSERVATÓRIO GLOBAL"

 


Olá caro leitor! É com grande satisfação que inicio o blog Observatório Global, o qual visa lançar mais um olhar sobre as questões geopolíticas nacionais e internacionais. Através desse blog, pretendo analisar fatos e acontecimentos do cenário geopolítico histórico e atual, criando assim mais uma fonte de conhecimento e debates sobre os rumos quem vem sendo tomados pelo Brasil e por outros países no cenário politico mundial, bem como preparar um portfólio para futuros trabalhos.
 
Consideremos a Geopolítica como uma disciplina que visa compreender as relações entre a política e o espaço geográfico. Foi exatamente daí que surgiu a ideia de construir esse blog, para que possamos analisar e discutir essas relações, uma vez que vivemos num país onde as esferas do poder político são tão distantes do povo, e que por consequência acaba colocando o cidadão à margem das discussões e de uma participação mais ativa na política. 
 
Desde já convido você a participar do blog, contribuindo para o enriquecimento das discussões sobre os temas abordados, visando única e exclusivamente melhorar o nosso trabalho, colaborando para o pensamento crítico da sociedade. Debata, comente, dê sugestões para que possamos fazer do Observatório Global um espaço para o conhecimento e para o aprofundamento dos estudos geopolíticos. Obrigado!

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E-mail e MSN: dellariva@live.com