quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

O BRASIL E A MATEMÁTICA SOCIAL

Não é de hoje que o Brasil utiliza a matemática para resolver seus problemas sociais. Na tentativa de ajustar os índices de desenvolvimento e ficar bem perante as instituições internacionais, vários presidentes recorreram à boa e velha "maquiagem" dos números, escondendo a verdadeira situação que enfrentamos no país.
 
Foi assim com a disseminação de escolas de educação de jovens e adultos (EJA) no início dos anos 2000 para tentar diminuir os alarmantes índices de analfabetismo no país, o que gerou uma grande "indústria de diplomas". O resultado foi o aumento na quantidade de analfabetos funcionais...diplomados!
 
Também seguindo a mesma linha, a oferta desenfreada de vagas e acessibilidade aos cursos superiores através de cotas, bolsas e financiamentos, levaram aos bancos acadêmicos pessoas despreparadas, muitas delas vítimas de uma educação básica e média insuficiente, o que anos depois viria a se refletir negativamente. Segundo algumas pesquisas, um terço dos universitários possui dificuldades de compreender textos e resolver cálculos complexos.
 
O programa Bolsa-Família, ampliado pela presidente Dilma Roussef nessa terça-feira (19), não é diferente. Para as famílias beneficiárias, os valores pagos pelo programa são sim importantes, e não é esse o foco da discussão. No entanto não passa de uma medida paliativa para manobrar não só a população mais pobre, quanto os números da pobreza no país.
 
Veja como é óbvio, caro leitor: O Banco Mundial define a pobreza extrema como viver com menos de 1 dólar por dia. Logo, se o programa Bolsa-Família paga 70 reais per capita por mês, o que equivale hoje a aproximadamente 36 dólares e que dividido por 30 dias dá uma média de 1,2 dólares, bingo! Está feita a mágica e a pobreza foi erradicada no país!
 
É assim que os governantes ano após ano lidam com as questões relevantes do país, como educação e pobreza. É uma espécie de "Matemática Social",  governamental, que é simples e eficaz perante as organizações internacionais como a ONU, por exemplo. Entretanto deixam muito a desejar quando se trata da solução definitiva desses problemas.
 
Somente quando as questões sociais forem tratadas como problemas graves que são e não apenas como estatísticas, conseguiremos fazer da educação e da distribuição de renda, apenas para citar esses dois exemplos, elementos que poderão impulsionar o desenvolvimento do país e transformar a nossa sociedade para melhor.

Um comentário:

  1. Exato! O que nossos governantes fazem é "maquiar" a situação de pobreza em que muitos brasileiros vivem na intenção de fazer parecer que ela não existe. Está na hora dos problemas sociais do Brasil serem resolvidos de forma definitiva e não "abafados" como vem sendo feito desde sempre! Parabéns pela iniciativa do blog!
    Um abraço!

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